15 de agosto de 2019

Conheça a paratleta que trabalha na VALEC e treina em busca de medalhas nas olimpíadas de 2024

Ser paratleta, estudante, trabalhar e ser mãe não parece uma rotina fácil, mas, para Aline Cabral, essa é a forma de levar a vida e, aos 34 anos, ela demonstra como a força de vontade e motivação são essenciais para as suas conquistas.

Aos 15 anos, Aline caiu de cima do telhado da casa onde morava. Após lesionar a coluna de forma irreversível, aprendeu a viver em uma cadeira de rodas, o que não foi motivo para Aline desanimar. Usando o esporte como principal motivação, foi atrás de seus sonhos: estudar, trabalhar, ter um filho e ainda ser atleta de alto rendimento.

Vaidosa, extrovertida e bem articulada, Aline e sua disciplina mostram que foi seu jeito de ser que a tornou uma boa atleta, capaz de se tornar a melhor do mundo em parabadminton, esporte que utiliza raquete e peteca.

Medalhista 5 vezes em competições nacionais, Aline foi classificada para os Jogos Mundiais de Parabadminton, mas não poderá ir por falta de patrocínio.

Aline é estagiária de Administração, mas já é formada em Serviço Social e pretende se aventurar em uma terceira graduação. O curso escolhido foi Jornalismo, quer atuar na área, e pretende ter essa experiência também na VALEC.

Confira um pouco mais sobre a história de Aline Cabral.

Como é conciliar o esporte com os estudos e trabalho, além de ser mãe?
O planejamento é essencial, eu sou muito “certinha” na hora de organizar minha rotina.

Onde e como você se vê daqui a cinco anos?
Eu pretendo em 2024 estar nas paralimpíadas e ser medalhista. Pretendo também estar cursando uma terceira graduação, que é o Jornalismo. Espero estar com a vida mais estabilizada, já que tenho 34 anos.

Qual foi a sua maior conquista?
Sem dúvidas a de ter um filho estando em uma cadeira de rodas. Ainda existem mitos sobre os cadeirantes sobre poder trabalhar, estudar, ter filhos. Provando que as pessoas se enganam, eu tive o Kauã.

Quando você percebeu que podia alcançar um nível profissional no esporte?
Eu sempre pratiquei esporte. Meu sonho era ser como a Marta (jogadora de futebol da seleção Brasileira, seis vezes melhor do mundo), então eu sempre soube que seria uma esportista de alto rendimento. Sempre estive na rua jogando futebol, basquete com cesto de lata de lixo. O esporte foi o que eu me motivou a viver desde que estou em uma cadeira de rodas. Pretendo praticar esporte mesmo que seja por hobby.

Fale sobre suas experiências pessoais e profissionais estagiando na VALEC
Adoro estudar, adoro aprender. A sabedoria é algo que ninguém pode tirar de você e aqui na VALEC eu obtenho conhecimento de várias áreas e eu aprendo cada vez mais. Relembrei e aprendi muitas coisas novas na área administrativa e na tecnologia. Pretendo permanecer na VALEC enquanto eu puder, talvez, agora, na área do Jornalismo.

Como é sua rotina de treinos e cuidados com a saúde?
A saúde tem que estar em primeiro lugar. Minha vida é muito agitada e, por conta disso, até tive crises de ansiedade. Quando eu quero alguma coisa, ponho na cabeça de que tem que acontecer e isso acabou me atrapalhando, busquei profissionais para tratar a ansiedade e ter outros cuidados com a saúde. Minha rotina é conciliar treino, estudos, trabalho, pagar conta, filho. Independentemente de estar em uma cadeira de rodas, é uma vida como de qualquer pessoa que não tenha uma deficiência. Eu gosto muito da minha vida, sou uma pessoa muito feliz. Sou grata a Deus por ter tido as oportunidades que tive, já levei muito não, mas sou uma pessoa muito teimosa e corro atrás daquilo que almejo.

Texto: Aline Torres (estagiária, com supervisão de Danielle Ribeiro)
Imagens: Acervo pessoal

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Assessoria de Comunicação Social