30 de agosto de 2021

Descobertas ao longo da FIOL possibilitam a preservação de sítios arqueológicos

Foram identificados 140 sítios arqueológicos durante a obra 

O processo de instalação de uma obra de grande porte como a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL), com uma malha ferroviária de mais 1500 km, permitiu a identificação de mais de 140 sítios arqueológicos e o resgate de 100 desses, visando a preservação dos patrimônios reconhecidos como parte integrante do Patrimônio Cultural Brasileiro.

O trabalho compreende o conjunto de operações destinadas a identificar vestígios arqueológicos detectados no solo previamente à implantação do empreendimento. Nessa atividade, os procedimentos empregados visam obter dados que possibilitem a construção do saber científico da área e entender o perfil arqueológico da região.

Um dos locais foi identificado no Lote 3F da FIOL, o sítio Morro do Frio , no município de Tanhaçu/BA. No processo de resgate,  foi necessário abrir três trincheiras, totalizando a abertura de 90 quadrículas de 1x1m e com a profundidade de três metros.

Na área foram encontrados artefatos líticos em sílex e arenito, bem como material cerâmico, este em maior concentração, potencialmente dos períodos pré-colonial e histórico, além de louça, material vítreo, ferro e restos construtivos como telhas e tijolos de barro. De acordo com o Gerente de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da Valec, Marcello Anastácio: “ Essas descobertas podem proporcionar um melhor entendimento das ocupações passadas que ali habitavam a região.”

Através do “Programa de Educação Patrimonial” foi possível repassar o conhecimento adquirido, visto que ele consistia na realização de palestras informativas e ações educativas em todos os lotes em que ocorreram as obras, ou seja, em mais de 32 municípios da Bahia dos lotes 1 a 7 da Ferrovia.

O principal objetivo foi sensibilizar a comunidade sobre a importância dos patrimônios culturais e de se preservá-los. “Nesses processos a educação pode ser uma importante ferramenta de conscientização da comunidade quanto aos patrimônios culturais”, afirma Anastácio.

As atividades na FIOL resultaram na elaboração e publicação do livro “Estação Cultural: Nos Trilhos da Educação Patrimonial”, que trata sobre as grandes riquezas culturais em que os trilhos da FIOL perpassam em seu trajeto. Ao longo do livro, que foi distribuído nas escolas e bibliotecas da região, são abordados conceitos corriqueiramente discutidos na academia, apresentados de forma didática e com a exposição de diferentes exemplos de patrimônios culturais dos municípios que compõem o traçado da Ferrovia.

Atualmente, é realizado o monitoramento para acompanhar as obras que revolvam o solo para evitar a destruição de algum sítio que não tenha sido identificado previamente nas etapas de levantamento arqueológico. A realização desse projeto tem como escopo atender aos requisitos ambientais exigidos pelo IPHAN.

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Assessoria de Comunicação Social