O programa ambiental de monitoramento da fauna na área de influência das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) tem contribuído para a identificação e acompanhamento de espécies importantes na região. O traçado monitorado corresponde ao trecho II da ferrovia, entre os municípios de Caetité e Barreiras, no território baiano.
As equipes multiprofissionais, coordenadas pela Infra S.A., estão dedicadas a compreender o comportamento dos animais em relação à ferrovia para proteger a fauna local, além de realizar o resgate e salvamento de animais antes da supressão da vegetação necessária para as obras. Outro destaque é a construção de passagens ao longo da via férrea para que os animais cruzem as áreas de obra e, depois de concluído o empreendimento, possam atravessar por baixo da própria ferrovia, sem riscos.
Para esse trabalho são utilizadas ferramentas como a Radiotelemetria com tecnologia que monitora movimentos e sons. Ao longo da execução do programa, foram colocados rádio-colar em dez carnívoros de médio porte. Com isso, conseguimos um panorama sobre as preferências de uso de ambiente dessas espécies.
Este trabalho, no âmbito do licenciamento ambiental, é desenvolvido em áreas remotas e desconhecidas e por isso tem potencial de revelar grandes descobertas na preservação e na conservação da biodiversidade.
Como exemplos de estudos em andamento no momento, pode-se destacar o Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) e Lycalopex vetulus (raposinha-do-campo). No caso do primeiro animal, as amostras desta área já estão sendo incluídas em estudos evolutivos desta espécie, com base em genomas completos. Um foco particularmente interessante é a presença de indivíduos com pelagem cinza-escura, o que se deve a uma mutação ainda desconhecida em qualquer felino e cuja análise genética é muito relevante.
Para o diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, esses achados revelam que o licenciamento ambiental de empreendimentos como a FIOL é aliado e facilitador na preservação das áreas aos arredores da obra. “Além de todos os programas desenvolvidos para conservação e preservação da biodiversidade, outras ações de Educação Ambiental e de Comunicação Social fazem com que as informações cheguem nas comunidades e assim estas pessoas se consolidam em agentes de preservação da fauna regional”, destaca.